O Parque de Eventos de Bento Gonçalves, também conhecido como Fundaparque, está prestes a apresentar uma grande novidade à comunidade regional. Famoso por sediar grandes eventos e feiras nacionais e internacionais, o espaço deve ganhar em breve o reforço de um shopping center. O projeto está em fase de negociação, mas, de acordo com seu presidente, Tarcísio Michelon, já existem investidores interessados.
Micchelon tem reunião marcada para a próxima quinta-feira, 16, quando as negociações devem ter ganhar um novo capítulo. "Imagina um grande centro de compras no local onde acontecem tantos eventos de grande porte", disse Michelon. Dá pra imaginar!!!
O Parque de Eventos, uma das maiores áreas cobertas para eventos da América Latina possui 58.000m².
Fonte: www.olaserragaúcha.com.br
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Fenavinho Brasil apresentou suas novidades para 2011
Além de mudança no calendário - a partir de 2011 o evento acontece no outono -, a Fenavinho Brasil 2011 apresentou outras novidades na noite desta terça-feira, 14, em evento realizado no Grande Hotel Dall Onder. Entre elas estão a campanha publicitária, desenvolvida pela Agência Guife, que apresenta o tradicional evento como festa/feira, valorizando com a mesma intensidade os dois pontos altos da mais tradicional feira do gênero, criada em 1967.
A noite também foi das Soberanas. Eleitas em outubro, a Imperatriz Kelly Scanagata e suas princesas Carini Pedrotti e Gabriela Bottega foram apresentadas oficialmente à sociedade em seus trajes oficiais, produzidos por artistas locais. A grande surpresa da noite foi a apresentação do Bouvier, personagem criado exatamente para mostrar os dois lados da feira, assim como fazer companhia às Soberanas.
A Fenavinho Brasil 2011 ocorre entre os dias 29 de abril a 8 de maio, nos pavilhões da Fundaparque, em Bento Gonçalves.
Novidades podem ser acessadas no novo site do evento, que também foi apresentado na noite de ontem, dia 14.
Fonte: www.olaserragaucha.com.br
A noite também foi das Soberanas. Eleitas em outubro, a Imperatriz Kelly Scanagata e suas princesas Carini Pedrotti e Gabriela Bottega foram apresentadas oficialmente à sociedade em seus trajes oficiais, produzidos por artistas locais. A grande surpresa da noite foi a apresentação do Bouvier, personagem criado exatamente para mostrar os dois lados da feira, assim como fazer companhia às Soberanas.
A Fenavinho Brasil 2011 ocorre entre os dias 29 de abril a 8 de maio, nos pavilhões da Fundaparque, em Bento Gonçalves.
Novidades podem ser acessadas no novo site do evento, que também foi apresentado na noite de ontem, dia 14.
Fonte: www.olaserragaucha.com.br
O Manuscrito da Saudade
Ainda hoje sinto saudade de Isabella — a minha eterna doce amada. Sempre contemplei seu riso, seus olhos e seus cabelos quase doirados. Quando me recordo dos nossos dias vejo que sempre tive o que desejei, e que, de fato, fomos feitos um para o outro. Isabella era escritora, e existe um texto feito por ela que não consigo ler sem chorar. É Um texto sobre saudade, coisa que muito me lembra ela.
Era noite, e a sua lembrança estava me golpeando. Enquanto fumava o meu charuto cubano, deslizei até a escrivaninha e peguei o texto. Sentei naquela velha poltrona que um dia fora do meu pai, e depois de por os óculos, estudei o texto por um minuto. Olhei para a casa negra, banhada em escuridão, afora a luz cálida sobre mim e o papel, e, quando retornei o olhar, dei inicio a leitura e a recordação:
“Como seria bom se pudéssemos voltar no tempo apenas um pouquinho. Apenas aquele pouquinho para podermos reviver. Seria bom, muito bom! Voltar a sentir as mesmas sensações, as mesmas histórias e os mesmos risos. Sentir, de fato, o amor e os sentimentos que foram vividos e colaborados. Mas as coisas nunca voltam. O tempo não volta. As horas não voltam. Os segredos e os momentos divididos não voltam. Que pena! O passado fica apenas na memória. Para sempre, para todo o sempre.
Porém as coisas permanecem. Tudo. Tudo o que foi dividido. Os olhares, as trocas de afeto, os abraços, as lagrimas que queimavam os rostos, os fortes sorrisos que faziam arder a barriga, enfim, tudo o que nos marcou, o que nos eternizou. Ah, a saudade!
Os amigos permanecem, seus semblantes, cada gesto, cada brilho trazido nos olhos, cada minucioso ar de simplicidade. Eles permanecem para sempre! A maneira de ser de cada um: suas qualidades, seus defeitos, todas as suas manias e confusões. Isso tudo vai ficar eternizado na memória. Isso é vida, isso é gloria. É acima de tudo presente de Deus.
Ah, essa saudade! Como eu queria poder dar um último abraço naquele amigo que eu jamais voltarei a ver, naquele amigo que eu jamais voltarei a ouvir. Como eu queria reviver aquele momento, aquele sentimento. Mas ele não volta, e eu tenho que estar ciente disso. Apenas a minha memória é capaz de guardar tantas coisas boas e eternas.
Um dia, quando eu estiver velha e talvez com um andar debilitado e deficiente, ainda vou lembrar. Talvez eu esteja sentada em algum balanço ou numa poltrona surrada, talvez eu esteja na cama, sofrendo para poder descer, mas ainda assim lembrarei daqueles dias, daqueles momentos inesquecíveis. Meus filhos saberão de tudo isso, talvez até se emocionarão, mas irão gostar de saber, e ai eu me sentirei orgulhosa por ter vivido isso, por ter passado anos carregando toda essa saudade, e poder levar comigo essas coisas e lembranças, para o eterno, até o fim.”
Lentamente enxuguei as lágrimas que riscavam meu rosto calejado pelos anos, e por um segundo fiquei quieto, apenas contemplando a saudade que me doía. Minutos depois, guardei o glorioso manuscrito e retornei para a minha poltrona. Ah Isabella, que saudade de você! Lentamente fui fechando os olhos — claro que eu posso morrer, o que me resta nessa vida sem ela? — e sentindo a brisa da noite vir me beijar, como se fosse o beijo eterno da minha amada.
Marcelo dos Santos
Era noite, e a sua lembrança estava me golpeando. Enquanto fumava o meu charuto cubano, deslizei até a escrivaninha e peguei o texto. Sentei naquela velha poltrona que um dia fora do meu pai, e depois de por os óculos, estudei o texto por um minuto. Olhei para a casa negra, banhada em escuridão, afora a luz cálida sobre mim e o papel, e, quando retornei o olhar, dei inicio a leitura e a recordação:
“Como seria bom se pudéssemos voltar no tempo apenas um pouquinho. Apenas aquele pouquinho para podermos reviver. Seria bom, muito bom! Voltar a sentir as mesmas sensações, as mesmas histórias e os mesmos risos. Sentir, de fato, o amor e os sentimentos que foram vividos e colaborados. Mas as coisas nunca voltam. O tempo não volta. As horas não voltam. Os segredos e os momentos divididos não voltam. Que pena! O passado fica apenas na memória. Para sempre, para todo o sempre.
Porém as coisas permanecem. Tudo. Tudo o que foi dividido. Os olhares, as trocas de afeto, os abraços, as lagrimas que queimavam os rostos, os fortes sorrisos que faziam arder a barriga, enfim, tudo o que nos marcou, o que nos eternizou. Ah, a saudade!
Os amigos permanecem, seus semblantes, cada gesto, cada brilho trazido nos olhos, cada minucioso ar de simplicidade. Eles permanecem para sempre! A maneira de ser de cada um: suas qualidades, seus defeitos, todas as suas manias e confusões. Isso tudo vai ficar eternizado na memória. Isso é vida, isso é gloria. É acima de tudo presente de Deus.
Ah, essa saudade! Como eu queria poder dar um último abraço naquele amigo que eu jamais voltarei a ver, naquele amigo que eu jamais voltarei a ouvir. Como eu queria reviver aquele momento, aquele sentimento. Mas ele não volta, e eu tenho que estar ciente disso. Apenas a minha memória é capaz de guardar tantas coisas boas e eternas.
Um dia, quando eu estiver velha e talvez com um andar debilitado e deficiente, ainda vou lembrar. Talvez eu esteja sentada em algum balanço ou numa poltrona surrada, talvez eu esteja na cama, sofrendo para poder descer, mas ainda assim lembrarei daqueles dias, daqueles momentos inesquecíveis. Meus filhos saberão de tudo isso, talvez até se emocionarão, mas irão gostar de saber, e ai eu me sentirei orgulhosa por ter vivido isso, por ter passado anos carregando toda essa saudade, e poder levar comigo essas coisas e lembranças, para o eterno, até o fim.”
Lentamente enxuguei as lágrimas que riscavam meu rosto calejado pelos anos, e por um segundo fiquei quieto, apenas contemplando a saudade que me doía. Minutos depois, guardei o glorioso manuscrito e retornei para a minha poltrona. Ah Isabella, que saudade de você! Lentamente fui fechando os olhos — claro que eu posso morrer, o que me resta nessa vida sem ela? — e sentindo a brisa da noite vir me beijar, como se fosse o beijo eterno da minha amada.
Marcelo dos Santos
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Aviso
Pedimos desculpa aos leitores dos contos postados em nosso blog. Ontem, devido à alguns problemas, o conto, que é postado todas as quartas-feiras, não foi publicado.
Segue o conto, publicado hoje.
Segue o conto, publicado hoje.
O Relato de Uma Maldição
Meu Deus! Cada vez que lembro daquela casa sinto os meus nervos se atrofiarem de medo. É sério! O medo que se apodera de mim quando me recordo daqueles tempos de infortúnio e trevas, causa-me certos transtornos mentais que ainda nos tempos atuais, mesmo que eu tente saber, jamais encontrarei explicação. Sei que muitos agora hão de duvidar de minhas palavras... aliás, nem peço que as absorvam como verdade, apenas quero que saibam que isto realmente aconteceu comigo e, antes que eu comece a relatar os fatos abaixo, peço-lhes apenas uma coisa: não queiram saber o que aconteceu, e expulsem essa história de seus pensamentos, pois não gostaria de saber que o que aconteceu comigo venha a acontecer com mais alguém.
A casa em questão situa-se em um pequeno vilarejo habitado por pouquíssimas famílias. Era a mais bela das mansões e, ainda, a que mais externava medo. A possibilidade de instalar-me ali e obter sossego e paz foi o que me despertou atenção e ânsia em comprá-la.
Sem preâmbulos, começarei a relatar os diabólicos fatos que me arrancam o sossego até os dias de hoje. Naquela noite a casa jazia em silêncio, e no quarto maior onde me instalei, um barulho estranho me atrapalhava o sono. Percebi que as paredes, assim que abri os olhos, estavam todas sujas de sangue e unhas invisíveis iam riscando a porta e o teto, causando-me arrepios nos dentes. Fechei os olhos. Tentei dormir. Era assustador! Na noite seguinte, enquanto pernoitava, outra coisa se apoderou daquele quarto. O sangue subitamente começou a escorrer pelas paredes como veias abertas. Tentei ignorar aquela visão e rapidamente me cobri de medo. Em outra noite ouvi gemidos e passos no quarto. Pensei estar delirando, mas, de súbito senti algo puxar minha perna. Deslizei pela cama como se alguma coisa estivesse realmente ali. Tentei me agarrar na cabeceira, mas não resisti. Gritei em busca de socorro. Mas quando caí de costas no chão percebi que não havia nada ali. Coloquei a mão na perna e senti algo. Liguei a luz e vi que ela estava lavada de sangue. Assustei-me e sai do quarto. Aturdido, desmaiei no corredor.
Não agüentando mais, comecei a pensar na possibilidade de escafeder-me daquela maldita casa. Porém, alguma coisa não queria me deixar ir embora. Enquanto eu lavava a louça na pia certa noite, senti uma par de mãos me tocar as costas. Virei-me. Nada vi. Minutos depois, aquele mesmo par de mãos fez mergulhar minha cabeça na água dentro da pia. Comecei a me afogar e a me debater como um louco. Pensei que o demônio estivesse naquela casa. Mais tarde, enquanto deleitava-me no banho, outra coisa aconteceu. A água do chuveiro que eu saboreava, mudou-se da água para o vinho, ou melhor, da água para o... sangue! Sim, sangue! Trêmulo, saí do banheiro ainda com o corpo lambuzado. Fui até a cozinha, e lá chegando encontrei todas as gavetas e portinholas dos armários abertas. Respirei deficientemente e, antes de tentar fazer algo, corri até a porta que me levava para a rua. Porém, antes de chegar até ela, senti meu cabelo sendo puxado. Gritei de dor. Fui jogado no chão, e de repente algo fez a minha visão escurecer.
Dois dias depois eu estava decidido em ir embora daquele inferno. Preparei minhas malas e tentei partir. Enquanto eu atravessava a sala, olhei para o espelho e foi ai que vi um vulto negro no reflexo. Parei. Sentindo o sangue borbulhar e o frio comer-me as entranhas, corri para a porta, mas ela se fechou sozinha. Fiquei sem ação. Abri uma janela na sala e joguei as minhas coisas para fora, depois coloquei as mãos sobre o patamar e ia pular quando, de repente, ela fechou rapidamente sobre minhas mãos. O sangue jorrou dos meus dedos. Sem pensar, quebrei os vidros com a cabeça e, extraindo as mãos ensangüentadas que estavam presas, consegui pular.
Sai correndo estrada afora para nunca mais voltar.
Marcelo dos Santos
A casa em questão situa-se em um pequeno vilarejo habitado por pouquíssimas famílias. Era a mais bela das mansões e, ainda, a que mais externava medo. A possibilidade de instalar-me ali e obter sossego e paz foi o que me despertou atenção e ânsia em comprá-la.
Sem preâmbulos, começarei a relatar os diabólicos fatos que me arrancam o sossego até os dias de hoje. Naquela noite a casa jazia em silêncio, e no quarto maior onde me instalei, um barulho estranho me atrapalhava o sono. Percebi que as paredes, assim que abri os olhos, estavam todas sujas de sangue e unhas invisíveis iam riscando a porta e o teto, causando-me arrepios nos dentes. Fechei os olhos. Tentei dormir. Era assustador! Na noite seguinte, enquanto pernoitava, outra coisa se apoderou daquele quarto. O sangue subitamente começou a escorrer pelas paredes como veias abertas. Tentei ignorar aquela visão e rapidamente me cobri de medo. Em outra noite ouvi gemidos e passos no quarto. Pensei estar delirando, mas, de súbito senti algo puxar minha perna. Deslizei pela cama como se alguma coisa estivesse realmente ali. Tentei me agarrar na cabeceira, mas não resisti. Gritei em busca de socorro. Mas quando caí de costas no chão percebi que não havia nada ali. Coloquei a mão na perna e senti algo. Liguei a luz e vi que ela estava lavada de sangue. Assustei-me e sai do quarto. Aturdido, desmaiei no corredor.
Não agüentando mais, comecei a pensar na possibilidade de escafeder-me daquela maldita casa. Porém, alguma coisa não queria me deixar ir embora. Enquanto eu lavava a louça na pia certa noite, senti uma par de mãos me tocar as costas. Virei-me. Nada vi. Minutos depois, aquele mesmo par de mãos fez mergulhar minha cabeça na água dentro da pia. Comecei a me afogar e a me debater como um louco. Pensei que o demônio estivesse naquela casa. Mais tarde, enquanto deleitava-me no banho, outra coisa aconteceu. A água do chuveiro que eu saboreava, mudou-se da água para o vinho, ou melhor, da água para o... sangue! Sim, sangue! Trêmulo, saí do banheiro ainda com o corpo lambuzado. Fui até a cozinha, e lá chegando encontrei todas as gavetas e portinholas dos armários abertas. Respirei deficientemente e, antes de tentar fazer algo, corri até a porta que me levava para a rua. Porém, antes de chegar até ela, senti meu cabelo sendo puxado. Gritei de dor. Fui jogado no chão, e de repente algo fez a minha visão escurecer.
Dois dias depois eu estava decidido em ir embora daquele inferno. Preparei minhas malas e tentei partir. Enquanto eu atravessava a sala, olhei para o espelho e foi ai que vi um vulto negro no reflexo. Parei. Sentindo o sangue borbulhar e o frio comer-me as entranhas, corri para a porta, mas ela se fechou sozinha. Fiquei sem ação. Abri uma janela na sala e joguei as minhas coisas para fora, depois coloquei as mãos sobre o patamar e ia pular quando, de repente, ela fechou rapidamente sobre minhas mãos. O sangue jorrou dos meus dedos. Sem pensar, quebrei os vidros com a cabeça e, extraindo as mãos ensangüentadas que estavam presas, consegui pular.
Sai correndo estrada afora para nunca mais voltar.
Marcelo dos Santos
Uma reflexão sobre o SUS
Uma das grandes conquistas sociais incorporadas à Carta de 1988, ainda
encontra dificuldades para gerar plenamente os efeitos positivos que os
Constituintes enxergaram naquela ocasião.
É importante ressaltar que a construção de um sistema universal de saúde em
um país do porte e da complexidade do Brasil é uma obra de engenharia de
gestão de grande dimensão. Esse esforço envolve tanto o setor público quanto
a mobilização do setor privado, esse último em caráter complementar à ação
do Estado brasileiro.
Toda a complexidade de montagem do sistema e a distribuição de competências
não livram nenhuma das partes de ser cobrada em sua responsabilidade. Ainda
mais quando a mídia repercute centenas de casos de atrasos, mal uso de
recursos, desperdícios, atendimento caótico e outros fatos que demonstram
que não podemos dormir tranqüilos quando o assunto é saúde.
Condições sanitárias precárias ainda são a maior fonte de problemas da
saúde, levando à superlotação dos hospitais com problemas que, a rigor,
poderiam ser resolvidos com simples prevenção. Temos apenas 44% de
domicílios em todo o País atendidos com serviços sanitários.
O baixo índice de instrução da população e mesmo questões como o aumento da
violência e de acidentes de trânsito também têm forte impacto negativo sobre
o SUS, afetando a população jovem e gerando sobrecarga no atendimento de
emergência.
É fato que a saúde está diretamente ligada à Educação. O analfabetismo ainda
é alto em regiões como o Nordeste, com 18,7%, agravando o problema de acesso
à informação e melhores hábitos de higiene e saúde. O Sul, com 5,5%, tem
resultados um pouco melhores de qualidade de vida em função disso.
Curiosamente, ainda não existem registros sistemáticos sobre a qualidade do
atendimento dispensado ao cidadão no SUS. Algumas pesquisas isoladas, com
cobertura regionalmente restrita, mais a intensa cobertura da imprensa nos
permitem afirmar que tem alguma coisa errada, mas sem condições ainda de
dimensionar de forma científica o tamanho da encrenca.
Além do mais, existe o problema da quantidade de processos judiciais
relativos à saúde. Também por meio da imprensa somos informados de cidadãos
que recorreram à justiça para ver equacionados a falta de um remédio
específico, ou seu posicionamento em uma fila de cirurgia.
A questão do financiamento da saúde também deve ser atacada. O Brasil tem um
gasto total com saúde relativamente compatível com seu porte e com o
atendimento universal dado pelo SUS ? algo em torno dos 8,4% do Produto
Interno Bruto (PIB). O problema é que a participação do setor público ainda
é restrita, girando em torno de 42% do total, contra mais de 70% que outros
países com sistemas universais investem regularmente.
Existe um esforço do Governo Federal para melhorar essa situação, ainda que
os resultados não se verifiquem de imediato. Várias frentes de trabalho
então sendo desenvolvidas. É necessário aumentar a articulação com Estados e
Municípios e ampliar as bases de informação que permitem melhorar as
políticas públicas. Também se busca melhorar a qualificação dos
profissionais que atendem o SUS, de forma a ampliar as ações de Saúde da
Família.
Acredito que mais prevenção e educação evitará aumentos de despesas com o
atendimento de doenças já instaladas. Atualmente o setor hospitalar do SUS
(mais de 7 mil e 600 unidades), consome mais de 70% dos recursos
disponíveis, enquanto em outros países o número gira em torno de 50 ou 55%.
É importante destacar que a migração para os planos de saúde não soluciona o
problema. Basta ver a quantidade de reclamações contra os prestadores de
serviços de saúde nos serviços de proteção ao consumidor de todo o País:
negativa de cobertura de doenças, atendimento precário em clínicas
conveniadas, também superlotadas, aumento desmedido de preços, especialmente
para os clientes de idade mais avançada.
É obrigação de todos os homens e mulheres de bem enfrentar a questão da
saúde pública. 2011 poderá ser o ano dessa revolução. Investir na saúde é
salvar vidas.
Assessoria de Paulo Paim
encontra dificuldades para gerar plenamente os efeitos positivos que os
Constituintes enxergaram naquela ocasião.
É importante ressaltar que a construção de um sistema universal de saúde em
um país do porte e da complexidade do Brasil é uma obra de engenharia de
gestão de grande dimensão. Esse esforço envolve tanto o setor público quanto
a mobilização do setor privado, esse último em caráter complementar à ação
do Estado brasileiro.
Toda a complexidade de montagem do sistema e a distribuição de competências
não livram nenhuma das partes de ser cobrada em sua responsabilidade. Ainda
mais quando a mídia repercute centenas de casos de atrasos, mal uso de
recursos, desperdícios, atendimento caótico e outros fatos que demonstram
que não podemos dormir tranqüilos quando o assunto é saúde.
Condições sanitárias precárias ainda são a maior fonte de problemas da
saúde, levando à superlotação dos hospitais com problemas que, a rigor,
poderiam ser resolvidos com simples prevenção. Temos apenas 44% de
domicílios em todo o País atendidos com serviços sanitários.
O baixo índice de instrução da população e mesmo questões como o aumento da
violência e de acidentes de trânsito também têm forte impacto negativo sobre
o SUS, afetando a população jovem e gerando sobrecarga no atendimento de
emergência.
É fato que a saúde está diretamente ligada à Educação. O analfabetismo ainda
é alto em regiões como o Nordeste, com 18,7%, agravando o problema de acesso
à informação e melhores hábitos de higiene e saúde. O Sul, com 5,5%, tem
resultados um pouco melhores de qualidade de vida em função disso.
Curiosamente, ainda não existem registros sistemáticos sobre a qualidade do
atendimento dispensado ao cidadão no SUS. Algumas pesquisas isoladas, com
cobertura regionalmente restrita, mais a intensa cobertura da imprensa nos
permitem afirmar que tem alguma coisa errada, mas sem condições ainda de
dimensionar de forma científica o tamanho da encrenca.
Além do mais, existe o problema da quantidade de processos judiciais
relativos à saúde. Também por meio da imprensa somos informados de cidadãos
que recorreram à justiça para ver equacionados a falta de um remédio
específico, ou seu posicionamento em uma fila de cirurgia.
A questão do financiamento da saúde também deve ser atacada. O Brasil tem um
gasto total com saúde relativamente compatível com seu porte e com o
atendimento universal dado pelo SUS ? algo em torno dos 8,4% do Produto
Interno Bruto (PIB). O problema é que a participação do setor público ainda
é restrita, girando em torno de 42% do total, contra mais de 70% que outros
países com sistemas universais investem regularmente.
Existe um esforço do Governo Federal para melhorar essa situação, ainda que
os resultados não se verifiquem de imediato. Várias frentes de trabalho
então sendo desenvolvidas. É necessário aumentar a articulação com Estados e
Municípios e ampliar as bases de informação que permitem melhorar as
políticas públicas. Também se busca melhorar a qualificação dos
profissionais que atendem o SUS, de forma a ampliar as ações de Saúde da
Família.
Acredito que mais prevenção e educação evitará aumentos de despesas com o
atendimento de doenças já instaladas. Atualmente o setor hospitalar do SUS
(mais de 7 mil e 600 unidades), consome mais de 70% dos recursos
disponíveis, enquanto em outros países o número gira em torno de 50 ou 55%.
É importante destacar que a migração para os planos de saúde não soluciona o
problema. Basta ver a quantidade de reclamações contra os prestadores de
serviços de saúde nos serviços de proteção ao consumidor de todo o País:
negativa de cobertura de doenças, atendimento precário em clínicas
conveniadas, também superlotadas, aumento desmedido de preços, especialmente
para os clientes de idade mais avançada.
É obrigação de todos os homens e mulheres de bem enfrentar a questão da
saúde pública. 2011 poderá ser o ano dessa revolução. Investir na saúde é
salvar vidas.
Assessoria de Paulo Paim
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Bento Gonçalves conquista três prêmios em projeto do Ministério do Turismo
Cidade se destacou em “Melhores Práticas dos Destinos Indutores do Turismo regional”, “Infraestrutura Geral” e “Economia Local”
Ao centro, secretária de Turismo Ivane Fávero, com um dos troféus que Bento conquistou
Crédito imagem: Raquel Scotton
A noite de terça-feira, dia 7 de dezembro de 2010, surpreendeu Bento Gonçalves. A Secretária de Turismo Ivane Fávero e a Técnóloga Raquel Fronza Scotton foram receber, em Brasília, o Prêmio de “Melhores Práticas dos Destinos Indutores do Turismo regional”, em projeto desenvolvido pelo Ministério do Turismo este ano. Mas, em vez de um troféu, como era esperado, Bento Gonçalves recebeu mais dois: “Infraestrutura Geral” e “Economia Local”. Os prêmios eram disputados pelos 65 Destinos Indutores Brasileiros. Quanto ao prêmio de “Economia Local”, Ivane destaca a importância da promoção de eventos na cidade. “Eventos como Bento em Vindima e Congresso Latino Americano de Enoturismo aumentam muito o turismo no local e, conseqüentemente, a economia do município”.
Ela acrescenta que a premiação é resultado do esforço da Secretaria de Turismo da cidade, junto ao trade turístico local. “Esta conquista é a consagração de todas as ações realizadas de forma integrada e planejada, integrando o poder público, o trade turístico, as entidades do setor e a comunidade. Dividimos estes três troféus com todos os que trabalharam em prol do desenvolvimento do turismo de Bento Gonçalves.”
Em todo o Rio Grande do Sul, além de Bento Gonçalves, o único município a conquistar um troféu foi Porto Alegre, que se destacou em “Melhores Práticas em Turismo Rural”. Este índice de competitividade entre os Destinos Indutores é medido desde 2008, pela Fundação Getúlio Vargas. Desde então, houve um crescimento geral de 3,9% nesses Destinos. Bento Gonçalves superou o índice nacional, atingindo 6,4%, passando de 59,3% para 65,7%. “Estamos muito satisfeitos com a conquista, mas o trabalho continua. Temos muito a fazer e queremos nos tornar ainda mais competitivos. Este instrumento serve como um diagnóstico, que baliza nosso planejamento e nossas ações”, enfatiza a secretária.
Quanto aos pontos a serem melhorados em Bento, de acordo com a pontuação obtida nas dimensões, que totalizavam 13, estão “Monitoramento” e “Aspectos Ambientais”. No último aspecto, o município conta com o Plano de Saneamento, que tem como concessionária a Corsan, e contempla a implantação do sistema de tratamento de esgoto e efluentes.
De acordo com o Prefeito Roberto Lunelli a Administração entende que o turismo é uma política que merece investimentos e movimenta a economia local, com geração de empregos e renda. Além disso, promove um ordenamento sócio-econômico e cultural, que reflete diretamente na qualidade de vida da população. “Parabéns a todos e a todas que constroem o turismo do município”, complementa Lunelli.
Secretaria de Turismo
Ao centro, secretária de Turismo Ivane Fávero, com um dos troféus que Bento conquistou
Crédito imagem: Raquel Scotton
A noite de terça-feira, dia 7 de dezembro de 2010, surpreendeu Bento Gonçalves. A Secretária de Turismo Ivane Fávero e a Técnóloga Raquel Fronza Scotton foram receber, em Brasília, o Prêmio de “Melhores Práticas dos Destinos Indutores do Turismo regional”, em projeto desenvolvido pelo Ministério do Turismo este ano. Mas, em vez de um troféu, como era esperado, Bento Gonçalves recebeu mais dois: “Infraestrutura Geral” e “Economia Local”. Os prêmios eram disputados pelos 65 Destinos Indutores Brasileiros. Quanto ao prêmio de “Economia Local”, Ivane destaca a importância da promoção de eventos na cidade. “Eventos como Bento em Vindima e Congresso Latino Americano de Enoturismo aumentam muito o turismo no local e, conseqüentemente, a economia do município”.
Ela acrescenta que a premiação é resultado do esforço da Secretaria de Turismo da cidade, junto ao trade turístico local. “Esta conquista é a consagração de todas as ações realizadas de forma integrada e planejada, integrando o poder público, o trade turístico, as entidades do setor e a comunidade. Dividimos estes três troféus com todos os que trabalharam em prol do desenvolvimento do turismo de Bento Gonçalves.”
Em todo o Rio Grande do Sul, além de Bento Gonçalves, o único município a conquistar um troféu foi Porto Alegre, que se destacou em “Melhores Práticas em Turismo Rural”. Este índice de competitividade entre os Destinos Indutores é medido desde 2008, pela Fundação Getúlio Vargas. Desde então, houve um crescimento geral de 3,9% nesses Destinos. Bento Gonçalves superou o índice nacional, atingindo 6,4%, passando de 59,3% para 65,7%. “Estamos muito satisfeitos com a conquista, mas o trabalho continua. Temos muito a fazer e queremos nos tornar ainda mais competitivos. Este instrumento serve como um diagnóstico, que baliza nosso planejamento e nossas ações”, enfatiza a secretária.
Quanto aos pontos a serem melhorados em Bento, de acordo com a pontuação obtida nas dimensões, que totalizavam 13, estão “Monitoramento” e “Aspectos Ambientais”. No último aspecto, o município conta com o Plano de Saneamento, que tem como concessionária a Corsan, e contempla a implantação do sistema de tratamento de esgoto e efluentes.
De acordo com o Prefeito Roberto Lunelli a Administração entende que o turismo é uma política que merece investimentos e movimenta a economia local, com geração de empregos e renda. Além disso, promove um ordenamento sócio-econômico e cultural, que reflete diretamente na qualidade de vida da população. “Parabéns a todos e a todas que constroem o turismo do município”, complementa Lunelli.
Secretaria de Turismo
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Gemellaggio - visitas às cidades-irmãs Trambileno e Terragnolo
A comitiva de Bento Gonçalves que está na Itália em missão técnica do Gemellagio -tratado de cidades-irmãs com cinco cidades italianas (Rovereto, Nogaredo, Terragnolo, Trambileno e Villa Lagarina), cumpriu no sábado, dia 4, agenda oficial nas cidades de Trambileno e Terragnolo.
Em Trambileno, foram recebidos pelo prefeito e presidente da Câmara de Vereadores, Renato Bisoffi. O evento ocorreu no Centro cultural onde funciona a câmara e teve pronunciamentos de Bisoffi, do vice-prefeito de Bento, Gentil Santalucia, e da secretária municipal de Turismo, Ivane Fávero. Trambileno tem 18 localidades, chamadas de "fraciones".
Na cidade de Terragnollo, que tem 33 comunidades, a prefeita e presidente da Câmara, Maria Teresa Sicci, recepcionou a comitiva em solenidade oficial.
O grupo também participou de almoço com autoridades públicas e associações locais. Também neste sábado, ocorreu reunião com o grupo de Tiro com Arco. Ainda no sábado, o grupo retornou a Rovereto. E nesta segunda, dia 6, o grupo sairá da Itália para retorno ao Brasil.
Nas várias localidades visitadas, um acompanhamento é constante, o da neve. A onda de frio tem afetado a Europa com nevascas em vários países do continente.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura
Em Trambileno, foram recebidos pelo prefeito e presidente da Câmara de Vereadores, Renato Bisoffi. O evento ocorreu no Centro cultural onde funciona a câmara e teve pronunciamentos de Bisoffi, do vice-prefeito de Bento, Gentil Santalucia, e da secretária municipal de Turismo, Ivane Fávero. Trambileno tem 18 localidades, chamadas de "fraciones".
Na cidade de Terragnollo, que tem 33 comunidades, a prefeita e presidente da Câmara, Maria Teresa Sicci, recepcionou a comitiva em solenidade oficial.
O grupo também participou de almoço com autoridades públicas e associações locais. Também neste sábado, ocorreu reunião com o grupo de Tiro com Arco. Ainda no sábado, o grupo retornou a Rovereto. E nesta segunda, dia 6, o grupo sairá da Itália para retorno ao Brasil.
Nas várias localidades visitadas, um acompanhamento é constante, o da neve. A onda de frio tem afetado a Europa com nevascas em vários países do continente.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Gemellaggio: Meio Ambiente e defesa civil em pauta nesta quinta-feira
A comitiva de Bento Gonçalves continua a participar de importantes reuniões com as cidades integrantes do gemellaggio com o município. Nesta quinta, 02, pela manhã, a comitiva foi recebida pelo presidente da Província de Trento, Lorenzo Dellai, no palácio do governo (sede da província). Depois, participou de reuniões com representantes do governo do Trento sobre responsabilidade ambiental e defesa civil (protezione civile).
Também participou de almoço na Scuola Alberghiera di Rovereto, com a presença do prefeito, autoridades locais. Nessa escola foi desenvolvido o projeto de gemellaggio de gastronomia. Em 2009 e início de 2010, alunos de Bento participaram do curso na Itália. Em setembro de 2010, foi a vez dos jovens italianos participarem do intercâmbio em Bento, participando de cursos e aulas práticas em restaurantes.
Ainda neste dia 02, o grupo teve uma reunião de negócios com Fabio Berlanda, diretor da agencia provinciana de proteção ambiental(APPA) e o engenheiro urbanista Fabio Scalet, também realizada na sede da província. À noite, a agenda prevê visita e reuniões na "comune" (cidade) de Riva del Garda.
Crédito: Almir Dupont.
Luis Augusto Signor: de faxineiro a ambientalista
Por Cristiane Moro e Kátia Bortolini
Crédito imagem: Cristiane Moro.
O presidente da Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural (Abepan) Luiz Augusto Signor, mescla senso político nato com equilíbrio na promoção de atividades ecológicas. Signor nasceu em 17 de agosto de 1949, em Bento Gonçalves. É filho dos agricultores Josefina Tessari e Vicente Jardim Signor. Nasceu e se criou no bairro Vila Nova, que, na época de sua infância, era zona rural. Aos 13 anos, começou a trabalhar como faxineiro na Farina Componentes Automotivos. Por escolaridade, tem no currículo o ensino médio completo com ênfase à Segurança no Trabalho. Por liderança nata, tem no currículo mandato de Vereador, de Presidente do Legislativo e de Presidente do Clube Esportivo, entre outras atividades políticas e sociais. Ele se define como uma pessoa perfeccionista, que gosta de plantar árvores, de cuidar de hortas e de cozinhar. A Abepan, presidida por ele desde a fundação, há 21 anos, desde o início conta com o apoio de comunidade política e empresarial do município.
Integração – O Sr. começou a trabalhar com que idade e em que empresa?
Signor – Comecei a trabalhar na empresa Farina S/A Fundição e Metalurgia em dezembro de 1964, com 13 anos, na função de faxineiro. Depois, fui remanejado para a pintura de máquinas. Funcionários da fábrica se reuniram, pedindo para que eu voltasse a ser faxineiro. Um dos diretores não permitiu. Justificou dizendo que “na vida, precisamos sempre nos promover”. Trabalhei também no almoxarifado e fui expeditor. Quando pensei em sair da empresa, aos 18 anos, solicitaram que eu ficasse. Decidi que só ficaria, se pudesse ser motorista. Então, me entregaram a chave de um veículo. Depois, passei a atuar como Gerente de Recursos Humanos. Durante os sete anos em que ocupei o cargo, sempre me preocupei em valorizar os funcionários. Até hoje, diretores da Farina dizem que “o Signor é o melhor Gerente de Recursos Humanos que a empresa já teve”. Ouvir isso me deixa orgulhoso. Nesse meio tempo, fiz vários cursos, voltados à prevenção de acidentes no trabalho. Trabalhei na empresa até dezembro de 1977.
Integração – E a política, como e quando começou a fazer parte de sua vida?
Signor – Comecei na política estudantil. Em 1975, ano que fui eleito presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Mestre Santa Bárbara. Sempre fui o líder da sala de aula. Em 1976, minha turma e eu promovemos a primeira gincana ecológica do município. Em uma das atividades, recolhemos plásticos e vendemos para a Grendene, que estava iniciando suas atividades em Farroupilha. Também recolhemos papéis, comercializados para outras empresas. Também em 1976, os políticos “me buscaram” para presidir a Arena Jovem. Neste mesmo ano, fui eleito vereador pela Arena para um mandato de quatro anos, que acabou sendo de seis anos, por determinação do Governo Militar. No decorrer desse mandato, presidi o Legislativo. Como Presidente da Câmara, assumi por três vezes a prefeitura na ausência do então prefeito Fortunato Rizzardo. Em 1979, coordenei a 1ª Jornada de Debates Sobre Ecologia (JODESE), promovida pela Câmara de Vereadores nas dependências do Colégio Marista Aparecida. Em 1980, coordenei a segunda edição do evento, também ocorrida no Colégio Aparecida. Através de proposta de minha autoria, foi criada na Câmara, em março de 1980, a Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente.
Integração – O que o Sr. observou no meio político durante o tempo em que exerceu a vereança?
Signor – Percebi que algumas pessoas estão no meio político para se servirem, e não para servir. Ao assumir o cargo de Vereador, pesquisei sobre a palavra e descobri que significa “ver a dor”. Levei isso a sério e cobrei a mesma postura dos outros políticos.
Integração – E a consciência ambiental, quando surgiu?
Signor – Quando criança, aos nove anos, vi meu pai cortando árvores. A cena me deixou muito triste. Ele me explicou que estava fazendo aquilo para poder plantar milho e feijão, para alimentar a família. Disse então: mas pai, e esses filhotinhos de árvore não poderiam ser plantados em outro lugar? Ele respondeu que sim, e foi o que fizemos. Acredito que essa atenção dada a mim por meu pai, naquela ocasião, despertou esse amor que tenho pela natureza.
Integração – Como o Sr. avalia o que é bom e o que é ruim para a natureza?
Signor – O conforto e a tecnologia têm o lado bom e o ruim. O automóvel que nos traz conforto é o mesmo que emite grande quantidade de gases para a camada de ozônio. O que precisamos manter é o equilíbrio. Minhas decisões são sempre baseadas no equilíbrio. Sempre faço uso da razão e não da emoção.
Integração – Quando e com que objetivo foi fundada a Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural (ABEPAN)?
Signor – A Abepan foi fundada em 13 de setembro de 1989 para trabalhar em prol da preservação da qualidade do ar, da água, do solo, da flora e fauna de Bento Gonçalves e outros municípios da região Nordeste do Estado.
Integração- De que forma a Abepan atua?
Signor - Trabalhamos desenvolvendo projetos e campanhas. Vários de nossos projetos são voltados à educação ambiental. Nosso trabalho abrange, além de Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Cotiporã, Garibaldi, Carlos Barbosa e Nova Roma do Sul, entre outras cidades vizinhas. Nas palestras e ações voltadas à educação ambiental, o tema varia de acordo com a idade e o grau de conhecimento do grupo. Com grupos de crianças e adolescente ministramos palestras, visitamos recicladoras, saídas de esgoto, arroios. que são fontes de captação da Corsan e o percurso que a água faz para chegar em nossas casas. Este ano, já ministramos mais de cem palestras, para cerca de oito mil pessoas, entre alunos do Ensino Fundamental, Médio e Superior e funcionários de empresas.
Integração – Os projetos e outras ações da Abepan abrangem todas as faixas etárias?
Signor – Sim. Os projetos são realizados com crianças do Ensino Fundamental. O trabalho de conscientização abrange todas as idades. São diversos projetos, entre eles o “Lixo que alimenta”, onde as crianças aprendem a trabalhar com adubo orgânico na horta da escola. Outro é o “Projeto Dê Vida: Presenteio Seu Convidado”. A proposta é que o aniversariante presenteie seus convidados com mudas de árvores nativas, que são retiradas gratuitamente na sede da entidade, dentro de um cartucho, identificadas com o nome científico e popular. Apesar de serem projetos singelos, trazem grande resultados. Atualmente também estão em andamento os projetos Beija–Flor, Meio Ambiente na Escola. Lixo que Alimenta e Amigos da Terra. Recentemente, promovemos a terceira edição da Gincana Ecológica de Integração de Bento Gonçalves, com a participação de cinco escolas da sede do município. O prefeito Roberto Lunelli, nesta última edição, inseriu o evento no calendário da Semana de Bento.
Integração – Como a Abepan se mantém?
Signor – Com verbas do município, através de projetos consistentes. Também recebe auxílio do Poder Judiciário, através do envio de pessoas que receberam penas alternativas para trabalhar na Abepan. Recebemos ainda ajuda financeira de empresas e pessoas físicas, associadas à entidade.
Integração – De que forma o Sr. percebe o crescimento da Abepan?
Signor – A Abepan é bastante reconhecida não apenas no município, mas também no Estado e no país. Muitos estudantes universitários vêm de outras regiões para visitar a entidade e buscar informações sobre projetos e outras ações da Abepan, para trabalhos de graduação, mestrado e doutorado. Todos os dias recebemos estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Isso porque, depois das palestras e das saídas em campo, os professores cobram trabalho dos alunos. Então eles vêm até a entidade colher mais informações. Agricultores e empresários também nos procuram em busca de orientações sobre questões ambientais. Recebemos, em média, 19 pessoas por dia.
Integração – Qual é a opinião do Sr. sobre a água consumida pela população de Bento Gonçalves?
Signor – A falta de potabilidade de nossos arroios é um problema antigo. Apesar do grande poder econômico de Bento Gonçalves, a cidade não tem água própria. A água que consumimos vem dos solos de Farroupilha e Garibaldi. A água do arroio Barração e de outras fontes do solo de Bento, está muito comprometida, devido ao alastramento da cidade em direção a bacia e aos córregos. Algumas coisas estão demorando muito para acontecer em Bento, entre elas a instalação de estações de tratamento de esgoto. A Abepan vem reivindicando isso há anos. São inúmeras as doenças que se alastram devido à falta de saneamento e infraestrutura, como a cólera e a dengue. O Arroio Barracão, em minha opinião, está perdido. Assim com o arroio que passava pelo Borgo, antigamente utilizado como fonte de captação, que hoje virou esgoto. A água de nossa cidade, apesar de ser tratada, é sem qualidade.
Integração – O que deve mudar para frear as agressões aos mananciais?
Signor- As pessoas precisam fazer o tema de casa. Muitas reclamam, mas não fazem o mais simples, que é separar o lixo e usar produtos biodegradáveis. O esgoto doméstico ainda é o maior problema, por conter produtos químicos. É detergente, remédio, produtos para desentupir o vaso sanitário. Muitos fazem a troca de óleo dos automóveis em casa. Mas para onde vai o óleo que a pessoa não quer mais? Geralmente, vai para o esgoto. Tem pessoas com conhecimento, aparentemente preparadas, que jogam o óleo das frituras no ralo da pia, ou no esgoto em frente de casa. É fácil criticar o macro. Difícil é adotar atitudes ecologicamente corretas. Além disso, as empresas que vendem materiais e produtos químicos têm por obrigação aceitar de volta quando o consumidor não precisar mais, como acontece no caso das lâmpadas, das pilhas, bateria, e de enviar para a reciclagem. No custo do produto, já está embutido o do recolhimento do material quando este não for mais usado. Se o comerciante não aceitar, está lucrando.
Integração – Como o Sr. vê a consciência ecológica do povo brasileiro?
Signor - No Brasil, em geral, a consciência ecológica despertou tarde. Há 50 anos, quando alguém dizia “poderá faltar água no planeta”, as pessoas achavam um absurdo. Acreditavam que isso não aconteceria porque 2/3 do planeta é água. Hoje, não se diz que poderá faltar, porque temos a certeza de que irá faltar. Acredito que o mundo sofrerá serias consequências dentro de dez anos. No Brasil, apesar de ter muita água, não podemos esquecer que as maiores reservas se encontram na Amazônia, onde vive apenas 8% da população. Na região Sudeste, onde está concentrada a maior parte da população brasileira, tem pouca água. Sabemos que o transporte é caríssimo. O Brasil terá água, mas a preço de whisky importado. Pior do que consumir muita água é degradar a água. A conscientização anda a passos de tartaruga. A cultura dominante é de que o rio leva embora o que eu não quero mais. Mal sabem as pessoas que, de uma forma ou de outra, o que descartarem na água irá voltar para a torneira deles.
Integração – Como está hoje a coleta seletiva em Bento Gonçalves?
Signor – As recicladoras estão bem orientadas. A maior falha ainda está em casa. Visitei Minas do Leão, que recebe nosso lixo, duas vezes. A fiscalização no local é boa. Para mim, a cidade não precisa se preocupar em construir grandes aterros sanitários. Se você depositar na horta parte do lixo orgânico, vai ajudar muito.
Integração – O que é reciclado e o que vai para Minas do Leão?
Signor – Bento Gonçalves produz mais de 80 toneladas de lixo por dia. Desta quantidade, reciclamos apenas 10 toneladas. Bento é uma cidade de pessoas consumistas, graças à renda per capita. Cada pessoa produz, em média, 1,5 quilos de lixo por dia. Não produzimos apenas lixo doméstico. Produzimos também lixo químico, que compromete muito a natureza.
Integração – E a questão da caça e da pesca predatórias?
Signor – Diminuiu consideravelmente na região, principalmente a caça. Quanto à pesca, cito um exemplo sobre o desequilíbrio ecológico causado por esta ação. A diminuição de peixes, com destaque para os lambaris, ocasiona a reprodução excessiva de mosquitos borrachudos gerando vários problemas. O lambari é o predador natural do borrachudo. As fêmeas dos borrachudos atacam os agricultores, os viticultores e os turistas que visitam o interior do município em busca de sangue para alimentar os filhotes. As picadas martirizam ainda mais os homens e mulheres que trabalham nas pequenas propriedades rurais, sob a mercê do tempo. E quem vai querer visitar Bento para receber picadas de mosquito? Se diminuir o turismo, as empresas passam a produzir menos.
Integração – No decorrer dos 21 anos da Abepan, qual foi a principal conquista da entidade?
Signor – A de chamar a atenção para as questões ambientais. As leis que regem essas questões estão aumentando. Empresários estão percebendo que o importante não é apenas ter dinheiro, mas sim, ter dinheiro sem prejudicar o meio ambiente. Progresso que não traz felicidade, não é progresso. O dinheiro pode dar felicidade, mas ninguém é inteiramente feliz sem qualidade de vida. Nas palestras, sempre uso o seguinte exemplo: “se um ser que está para nascer aparecesse em nossa frente, certamente não pediria para que deixássemos para ele dinheiro, uma casa, ou um carro. Pediria para que preservássemos o meio ambiente”.
Integração – Na opinião do Sr. qual é a demanda ambiental mais urgente de Bento Gonçalves?
Signor – O tratamento do esgoto doméstico, que já está encaminhado. As pessoas precisam aprender a respeitar o lixo e o esgoto. Muitas acham que quando colocam o lixo do lado de fora de casa para ser recolhido, está tudo resolvido. Ali acaba o seu problema, mas começa um problema que é de todos. Será que esse lixo não irá poluir os lençóis freáticos ou o poço artesiano? A dor ensina a gemer. E nós ainda precisamos gemer muito até mudar.
Integração – Como é desenvolvido o projeto “Agentes da Natureza”?
Signor – Esse projeto, que abrange crianças de 3ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, existe há 15 anos. Os agentes da natureza são responsáveis por fiscalizar as ações das pessoas perante o meio ambiente. Ele tem o direito de intervir, caso vejam alguém fazendo alguma coisa errada. A preparação desses agentes é feita da seguinte forma: primeiro, eles ouvem um palestra e realizam um trabalho interdisciplinar. Depois, participam de passeio ecológico educativo, conhecendo nascentes de água e recicladoras. Na recicladora, abrimos um saco de lixo, entregamos luvas para as crianças, elas sentem o lixo e avaliam o que estão fazendo em casa. “Eu não sabia que os humanos pegavam nosso lixo na mão”, disse uma menina durante uma visita. Recebem também outras informações, todas relacionadas a atitudes de preservação ambiental. Depois desse processo, que dura cerca de dois meses, ganham as carteirinhas de Agentes da Natureza. Já foram entregues mais de sete mil carteirinhas.
Integração- Como as crianças reagem aos ensinamentos?
Signor – De maneira pró-ativa. Em 2008, uma menina de nove anos, aluna do Colégio Sagrado, depois de ter passado por todo o processo e recebido a carteirinha, chegou em casa e perguntou: “mãe, o pai vai jantar em casa hoje?”. A mãe respondeu que não sabia, mas a criança insistiu e disse que precisava da presença dele para uma reunião em família. A mãe ligou para o pai. Ele ficou preocupado, porque não sabia qual seria o assunto da reunião, mas disse que iria. Depois do jantar, a menina buscou um plástico, colocou na mesa, e derrubou sobre ele lixo. Separou-o corretamente, explicando como o processo deveria ser feito. Ao terminar, disse “a partir de hoje, sou agente da natureza. Mas essa carteirinha não vai valer nada sem a ajuda de vocês. O homem que ministrou a palestra na minha escola disse que as crianças de hoje tem grande possibilidade de passar dos cem anos. E o que vai ser de mim quando eu ficar velha se não terei água para tomar?”. Outra história é de um casal que estava viajando com o filho. A criança viu que tinha um senhor queimando uma área onde tinham árvores. Ele avisou o pai várias vezes, mas ouviu “sim, meu filho. Mas o que tu quer que eu faça?”. “Seja cidadão, pare este carro e me ajude a fazer alguma coisa”, respondeu a criança. Recebo muitas ligações de crianças contando que alguém da família ou algum vizinho não está separando o lixo corretamente.
Integração - Além de presidir a Abepan, que outras atividades o Sr. desenvolve?
Signor - Costumo dizer que eu vivo, porque sei cozinhar. Cozinho profissionalmente. Além disso, presto assessoria para algumas empresas na área de Segurança do Trabalho.
Integração – Alguma mensagem para deixar aos nossos leitores?
Signor – Cada vez mais, precisamos pensar naqueles que ainda não nasceram. Se fizermos isso, vamos perceber que existem coisas mais importantes na vida do que os bens materiais. Precisamos pensar em ter qualidade de vida sempre. O amanhã está muito próximo.
Crédito imagem: Cristiane Moro.
O presidente da Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural (Abepan) Luiz Augusto Signor, mescla senso político nato com equilíbrio na promoção de atividades ecológicas. Signor nasceu em 17 de agosto de 1949, em Bento Gonçalves. É filho dos agricultores Josefina Tessari e Vicente Jardim Signor. Nasceu e se criou no bairro Vila Nova, que, na época de sua infância, era zona rural. Aos 13 anos, começou a trabalhar como faxineiro na Farina Componentes Automotivos. Por escolaridade, tem no currículo o ensino médio completo com ênfase à Segurança no Trabalho. Por liderança nata, tem no currículo mandato de Vereador, de Presidente do Legislativo e de Presidente do Clube Esportivo, entre outras atividades políticas e sociais. Ele se define como uma pessoa perfeccionista, que gosta de plantar árvores, de cuidar de hortas e de cozinhar. A Abepan, presidida por ele desde a fundação, há 21 anos, desde o início conta com o apoio de comunidade política e empresarial do município.
Integração – O Sr. começou a trabalhar com que idade e em que empresa?
Signor – Comecei a trabalhar na empresa Farina S/A Fundição e Metalurgia em dezembro de 1964, com 13 anos, na função de faxineiro. Depois, fui remanejado para a pintura de máquinas. Funcionários da fábrica se reuniram, pedindo para que eu voltasse a ser faxineiro. Um dos diretores não permitiu. Justificou dizendo que “na vida, precisamos sempre nos promover”. Trabalhei também no almoxarifado e fui expeditor. Quando pensei em sair da empresa, aos 18 anos, solicitaram que eu ficasse. Decidi que só ficaria, se pudesse ser motorista. Então, me entregaram a chave de um veículo. Depois, passei a atuar como Gerente de Recursos Humanos. Durante os sete anos em que ocupei o cargo, sempre me preocupei em valorizar os funcionários. Até hoje, diretores da Farina dizem que “o Signor é o melhor Gerente de Recursos Humanos que a empresa já teve”. Ouvir isso me deixa orgulhoso. Nesse meio tempo, fiz vários cursos, voltados à prevenção de acidentes no trabalho. Trabalhei na empresa até dezembro de 1977.
Integração – E a política, como e quando começou a fazer parte de sua vida?
Signor – Comecei na política estudantil. Em 1975, ano que fui eleito presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Mestre Santa Bárbara. Sempre fui o líder da sala de aula. Em 1976, minha turma e eu promovemos a primeira gincana ecológica do município. Em uma das atividades, recolhemos plásticos e vendemos para a Grendene, que estava iniciando suas atividades em Farroupilha. Também recolhemos papéis, comercializados para outras empresas. Também em 1976, os políticos “me buscaram” para presidir a Arena Jovem. Neste mesmo ano, fui eleito vereador pela Arena para um mandato de quatro anos, que acabou sendo de seis anos, por determinação do Governo Militar. No decorrer desse mandato, presidi o Legislativo. Como Presidente da Câmara, assumi por três vezes a prefeitura na ausência do então prefeito Fortunato Rizzardo. Em 1979, coordenei a 1ª Jornada de Debates Sobre Ecologia (JODESE), promovida pela Câmara de Vereadores nas dependências do Colégio Marista Aparecida. Em 1980, coordenei a segunda edição do evento, também ocorrida no Colégio Aparecida. Através de proposta de minha autoria, foi criada na Câmara, em março de 1980, a Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente.
Integração – O que o Sr. observou no meio político durante o tempo em que exerceu a vereança?
Signor – Percebi que algumas pessoas estão no meio político para se servirem, e não para servir. Ao assumir o cargo de Vereador, pesquisei sobre a palavra e descobri que significa “ver a dor”. Levei isso a sério e cobrei a mesma postura dos outros políticos.
Integração – E a consciência ambiental, quando surgiu?
Signor – Quando criança, aos nove anos, vi meu pai cortando árvores. A cena me deixou muito triste. Ele me explicou que estava fazendo aquilo para poder plantar milho e feijão, para alimentar a família. Disse então: mas pai, e esses filhotinhos de árvore não poderiam ser plantados em outro lugar? Ele respondeu que sim, e foi o que fizemos. Acredito que essa atenção dada a mim por meu pai, naquela ocasião, despertou esse amor que tenho pela natureza.
Integração – Como o Sr. avalia o que é bom e o que é ruim para a natureza?
Signor – O conforto e a tecnologia têm o lado bom e o ruim. O automóvel que nos traz conforto é o mesmo que emite grande quantidade de gases para a camada de ozônio. O que precisamos manter é o equilíbrio. Minhas decisões são sempre baseadas no equilíbrio. Sempre faço uso da razão e não da emoção.
Integração – Quando e com que objetivo foi fundada a Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural (ABEPAN)?
Signor – A Abepan foi fundada em 13 de setembro de 1989 para trabalhar em prol da preservação da qualidade do ar, da água, do solo, da flora e fauna de Bento Gonçalves e outros municípios da região Nordeste do Estado.
Integração- De que forma a Abepan atua?
Signor - Trabalhamos desenvolvendo projetos e campanhas. Vários de nossos projetos são voltados à educação ambiental. Nosso trabalho abrange, além de Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Cotiporã, Garibaldi, Carlos Barbosa e Nova Roma do Sul, entre outras cidades vizinhas. Nas palestras e ações voltadas à educação ambiental, o tema varia de acordo com a idade e o grau de conhecimento do grupo. Com grupos de crianças e adolescente ministramos palestras, visitamos recicladoras, saídas de esgoto, arroios. que são fontes de captação da Corsan e o percurso que a água faz para chegar em nossas casas. Este ano, já ministramos mais de cem palestras, para cerca de oito mil pessoas, entre alunos do Ensino Fundamental, Médio e Superior e funcionários de empresas.
Integração – Os projetos e outras ações da Abepan abrangem todas as faixas etárias?
Signor – Sim. Os projetos são realizados com crianças do Ensino Fundamental. O trabalho de conscientização abrange todas as idades. São diversos projetos, entre eles o “Lixo que alimenta”, onde as crianças aprendem a trabalhar com adubo orgânico na horta da escola. Outro é o “Projeto Dê Vida: Presenteio Seu Convidado”. A proposta é que o aniversariante presenteie seus convidados com mudas de árvores nativas, que são retiradas gratuitamente na sede da entidade, dentro de um cartucho, identificadas com o nome científico e popular. Apesar de serem projetos singelos, trazem grande resultados. Atualmente também estão em andamento os projetos Beija–Flor, Meio Ambiente na Escola. Lixo que Alimenta e Amigos da Terra. Recentemente, promovemos a terceira edição da Gincana Ecológica de Integração de Bento Gonçalves, com a participação de cinco escolas da sede do município. O prefeito Roberto Lunelli, nesta última edição, inseriu o evento no calendário da Semana de Bento.
Integração – Como a Abepan se mantém?
Signor – Com verbas do município, através de projetos consistentes. Também recebe auxílio do Poder Judiciário, através do envio de pessoas que receberam penas alternativas para trabalhar na Abepan. Recebemos ainda ajuda financeira de empresas e pessoas físicas, associadas à entidade.
Integração – De que forma o Sr. percebe o crescimento da Abepan?
Signor – A Abepan é bastante reconhecida não apenas no município, mas também no Estado e no país. Muitos estudantes universitários vêm de outras regiões para visitar a entidade e buscar informações sobre projetos e outras ações da Abepan, para trabalhos de graduação, mestrado e doutorado. Todos os dias recebemos estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Isso porque, depois das palestras e das saídas em campo, os professores cobram trabalho dos alunos. Então eles vêm até a entidade colher mais informações. Agricultores e empresários também nos procuram em busca de orientações sobre questões ambientais. Recebemos, em média, 19 pessoas por dia.
Integração – Qual é a opinião do Sr. sobre a água consumida pela população de Bento Gonçalves?
Signor – A falta de potabilidade de nossos arroios é um problema antigo. Apesar do grande poder econômico de Bento Gonçalves, a cidade não tem água própria. A água que consumimos vem dos solos de Farroupilha e Garibaldi. A água do arroio Barração e de outras fontes do solo de Bento, está muito comprometida, devido ao alastramento da cidade em direção a bacia e aos córregos. Algumas coisas estão demorando muito para acontecer em Bento, entre elas a instalação de estações de tratamento de esgoto. A Abepan vem reivindicando isso há anos. São inúmeras as doenças que se alastram devido à falta de saneamento e infraestrutura, como a cólera e a dengue. O Arroio Barracão, em minha opinião, está perdido. Assim com o arroio que passava pelo Borgo, antigamente utilizado como fonte de captação, que hoje virou esgoto. A água de nossa cidade, apesar de ser tratada, é sem qualidade.
Integração – O que deve mudar para frear as agressões aos mananciais?
Signor- As pessoas precisam fazer o tema de casa. Muitas reclamam, mas não fazem o mais simples, que é separar o lixo e usar produtos biodegradáveis. O esgoto doméstico ainda é o maior problema, por conter produtos químicos. É detergente, remédio, produtos para desentupir o vaso sanitário. Muitos fazem a troca de óleo dos automóveis em casa. Mas para onde vai o óleo que a pessoa não quer mais? Geralmente, vai para o esgoto. Tem pessoas com conhecimento, aparentemente preparadas, que jogam o óleo das frituras no ralo da pia, ou no esgoto em frente de casa. É fácil criticar o macro. Difícil é adotar atitudes ecologicamente corretas. Além disso, as empresas que vendem materiais e produtos químicos têm por obrigação aceitar de volta quando o consumidor não precisar mais, como acontece no caso das lâmpadas, das pilhas, bateria, e de enviar para a reciclagem. No custo do produto, já está embutido o do recolhimento do material quando este não for mais usado. Se o comerciante não aceitar, está lucrando.
Integração – Como o Sr. vê a consciência ecológica do povo brasileiro?
Signor - No Brasil, em geral, a consciência ecológica despertou tarde. Há 50 anos, quando alguém dizia “poderá faltar água no planeta”, as pessoas achavam um absurdo. Acreditavam que isso não aconteceria porque 2/3 do planeta é água. Hoje, não se diz que poderá faltar, porque temos a certeza de que irá faltar. Acredito que o mundo sofrerá serias consequências dentro de dez anos. No Brasil, apesar de ter muita água, não podemos esquecer que as maiores reservas se encontram na Amazônia, onde vive apenas 8% da população. Na região Sudeste, onde está concentrada a maior parte da população brasileira, tem pouca água. Sabemos que o transporte é caríssimo. O Brasil terá água, mas a preço de whisky importado. Pior do que consumir muita água é degradar a água. A conscientização anda a passos de tartaruga. A cultura dominante é de que o rio leva embora o que eu não quero mais. Mal sabem as pessoas que, de uma forma ou de outra, o que descartarem na água irá voltar para a torneira deles.
Integração – Como está hoje a coleta seletiva em Bento Gonçalves?
Signor – As recicladoras estão bem orientadas. A maior falha ainda está em casa. Visitei Minas do Leão, que recebe nosso lixo, duas vezes. A fiscalização no local é boa. Para mim, a cidade não precisa se preocupar em construir grandes aterros sanitários. Se você depositar na horta parte do lixo orgânico, vai ajudar muito.
Integração – O que é reciclado e o que vai para Minas do Leão?
Signor – Bento Gonçalves produz mais de 80 toneladas de lixo por dia. Desta quantidade, reciclamos apenas 10 toneladas. Bento é uma cidade de pessoas consumistas, graças à renda per capita. Cada pessoa produz, em média, 1,5 quilos de lixo por dia. Não produzimos apenas lixo doméstico. Produzimos também lixo químico, que compromete muito a natureza.
Integração – E a questão da caça e da pesca predatórias?
Signor – Diminuiu consideravelmente na região, principalmente a caça. Quanto à pesca, cito um exemplo sobre o desequilíbrio ecológico causado por esta ação. A diminuição de peixes, com destaque para os lambaris, ocasiona a reprodução excessiva de mosquitos borrachudos gerando vários problemas. O lambari é o predador natural do borrachudo. As fêmeas dos borrachudos atacam os agricultores, os viticultores e os turistas que visitam o interior do município em busca de sangue para alimentar os filhotes. As picadas martirizam ainda mais os homens e mulheres que trabalham nas pequenas propriedades rurais, sob a mercê do tempo. E quem vai querer visitar Bento para receber picadas de mosquito? Se diminuir o turismo, as empresas passam a produzir menos.
Integração – No decorrer dos 21 anos da Abepan, qual foi a principal conquista da entidade?
Signor – A de chamar a atenção para as questões ambientais. As leis que regem essas questões estão aumentando. Empresários estão percebendo que o importante não é apenas ter dinheiro, mas sim, ter dinheiro sem prejudicar o meio ambiente. Progresso que não traz felicidade, não é progresso. O dinheiro pode dar felicidade, mas ninguém é inteiramente feliz sem qualidade de vida. Nas palestras, sempre uso o seguinte exemplo: “se um ser que está para nascer aparecesse em nossa frente, certamente não pediria para que deixássemos para ele dinheiro, uma casa, ou um carro. Pediria para que preservássemos o meio ambiente”.
Integração – Na opinião do Sr. qual é a demanda ambiental mais urgente de Bento Gonçalves?
Signor – O tratamento do esgoto doméstico, que já está encaminhado. As pessoas precisam aprender a respeitar o lixo e o esgoto. Muitas acham que quando colocam o lixo do lado de fora de casa para ser recolhido, está tudo resolvido. Ali acaba o seu problema, mas começa um problema que é de todos. Será que esse lixo não irá poluir os lençóis freáticos ou o poço artesiano? A dor ensina a gemer. E nós ainda precisamos gemer muito até mudar.
Integração – Como é desenvolvido o projeto “Agentes da Natureza”?
Signor – Esse projeto, que abrange crianças de 3ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, existe há 15 anos. Os agentes da natureza são responsáveis por fiscalizar as ações das pessoas perante o meio ambiente. Ele tem o direito de intervir, caso vejam alguém fazendo alguma coisa errada. A preparação desses agentes é feita da seguinte forma: primeiro, eles ouvem um palestra e realizam um trabalho interdisciplinar. Depois, participam de passeio ecológico educativo, conhecendo nascentes de água e recicladoras. Na recicladora, abrimos um saco de lixo, entregamos luvas para as crianças, elas sentem o lixo e avaliam o que estão fazendo em casa. “Eu não sabia que os humanos pegavam nosso lixo na mão”, disse uma menina durante uma visita. Recebem também outras informações, todas relacionadas a atitudes de preservação ambiental. Depois desse processo, que dura cerca de dois meses, ganham as carteirinhas de Agentes da Natureza. Já foram entregues mais de sete mil carteirinhas.
Integração- Como as crianças reagem aos ensinamentos?
Signor – De maneira pró-ativa. Em 2008, uma menina de nove anos, aluna do Colégio Sagrado, depois de ter passado por todo o processo e recebido a carteirinha, chegou em casa e perguntou: “mãe, o pai vai jantar em casa hoje?”. A mãe respondeu que não sabia, mas a criança insistiu e disse que precisava da presença dele para uma reunião em família. A mãe ligou para o pai. Ele ficou preocupado, porque não sabia qual seria o assunto da reunião, mas disse que iria. Depois do jantar, a menina buscou um plástico, colocou na mesa, e derrubou sobre ele lixo. Separou-o corretamente, explicando como o processo deveria ser feito. Ao terminar, disse “a partir de hoje, sou agente da natureza. Mas essa carteirinha não vai valer nada sem a ajuda de vocês. O homem que ministrou a palestra na minha escola disse que as crianças de hoje tem grande possibilidade de passar dos cem anos. E o que vai ser de mim quando eu ficar velha se não terei água para tomar?”. Outra história é de um casal que estava viajando com o filho. A criança viu que tinha um senhor queimando uma área onde tinham árvores. Ele avisou o pai várias vezes, mas ouviu “sim, meu filho. Mas o que tu quer que eu faça?”. “Seja cidadão, pare este carro e me ajude a fazer alguma coisa”, respondeu a criança. Recebo muitas ligações de crianças contando que alguém da família ou algum vizinho não está separando o lixo corretamente.
Integração - Além de presidir a Abepan, que outras atividades o Sr. desenvolve?
Signor - Costumo dizer que eu vivo, porque sei cozinhar. Cozinho profissionalmente. Além disso, presto assessoria para algumas empresas na área de Segurança do Trabalho.
Integração – Alguma mensagem para deixar aos nossos leitores?
Signor – Cada vez mais, precisamos pensar naqueles que ainda não nasceram. Se fizermos isso, vamos perceber que existem coisas mais importantes na vida do que os bens materiais. Precisamos pensar em ter qualidade de vida sempre. O amanhã está muito próximo.
Dores nas costas?
É muito comum ouvir alguém reclamando de dores nas costas, não é mesmo? Pois saiba que a Quiropraxia pode ajudar a reduzir este problema.
A dor nas costas já é considerada uma doença crônica entre os brasileiros. De acordo com estudos realizados recentemente pela Escola Nacional de Saúde Pública, o problema afeta 36% da população, mas apesar de ser sentida precocemente, apenas 68% dos brasileiros buscam tratamento. Estas queixas são comumente desencadeadas por um somatório de fatores, principalmente aqueles relacionados aos vícios posturais (maneira de sentar, deitar, carregar peso), sedentarismo, falta de ergonomia no trabalho e no dia a dia.
Com um vasto conhecimento sobre a estrutura e funcionamento do corpo humano, o quiropraxista está apto a realizar o diagnóstico e tratamento de disfunções relacionadas à coluna. O tratamento é feito através de técnicas, manipulativas ou não, que variam de acordo com o quadro de cada paciente e não incluem uso de medicamentos ou cirurgias. O ajustamento, quando indicado, é específico e indolor e leva à diminuição dos sintomas, relaxamento muscular, aumento da mobilidade e restauração da função articular.
Pare de sofrer com dores nas costas, procure um quiropraxista, tire suas dúvidas e desfrute dos benefícios que uma coluna saudável pode lhe oferecer.
Bruna Carrer Stefenon, quiropraxista.
Mais informações: (54) 8149.1012 ou na Rua Saldanha Marinho, 695, sala 502.
Bruna Carrer Stefenon
A dor nas costas já é considerada uma doença crônica entre os brasileiros. De acordo com estudos realizados recentemente pela Escola Nacional de Saúde Pública, o problema afeta 36% da população, mas apesar de ser sentida precocemente, apenas 68% dos brasileiros buscam tratamento. Estas queixas são comumente desencadeadas por um somatório de fatores, principalmente aqueles relacionados aos vícios posturais (maneira de sentar, deitar, carregar peso), sedentarismo, falta de ergonomia no trabalho e no dia a dia.
Com um vasto conhecimento sobre a estrutura e funcionamento do corpo humano, o quiropraxista está apto a realizar o diagnóstico e tratamento de disfunções relacionadas à coluna. O tratamento é feito através de técnicas, manipulativas ou não, que variam de acordo com o quadro de cada paciente e não incluem uso de medicamentos ou cirurgias. O ajustamento, quando indicado, é específico e indolor e leva à diminuição dos sintomas, relaxamento muscular, aumento da mobilidade e restauração da função articular.
Pare de sofrer com dores nas costas, procure um quiropraxista, tire suas dúvidas e desfrute dos benefícios que uma coluna saudável pode lhe oferecer.
Bruna Carrer Stefenon, quiropraxista.
Mais informações: (54) 8149.1012 ou na Rua Saldanha Marinho, 695, sala 502.
Bruna Carrer Stefenon
Adolescência e Sexo
Ainda é difícil falar sobre sexo!
O aspecto reprodutivo é o que predomina nas aulas de biologia, prevenção de doenças, gravidez, etc. Muito pouco se fala de prazer, sendo o assunto motivo de tensão para alunos, professores e pais.
Os jovens de hoje e as futuras gerações podem ter uma vida sexual mais feliz e ter prazer sem preconceitos, mas isto exige conhecimento e responsabilidade. Sem orientação e educação sexual, esses jovens vão repetir os erros de outras gerações. O diálogo tem que ser esclarecedor e os pais não podem ficar ansiosos diante de perguntas embaraçosas. A falta de informação sobre o que esta acontecendo e o que acontecerá com seus corpos é um dos fatores que mais causa sofrimento nos nossos adolescentes, fazendo que se tornem adultos disfuncionais.
As meninas, na nossa cultura, são mais controladas e reprimidas. Estas futuras mulheres devem saber como seu corpo reage aos diversos estímulos para que não repitam a atitude de suas avós, que não conheciam seu próprio corpo quando o entregavam ao marido.
E os meninos? Apesar de terem informações que outras gerações não tiveram, continuam com as mesmas dúvidas em relação à sexualidade. Alguém lhes explicou que em breve terão uma ejaculação? Não, e este jovem vai acordar “molhado” ou permanecerá horas testando se seu pênis já produz alguma coisa. Eles continuam com as mesmas dúvidas que seus antepassados.
A sexualidade pode e deve ser aprendida.
Como lidar com isso? O educador sexual pode ser acionado nesta árdua tarefa diminuindo o constrangimento e acrescentando saúde a esta grande família (pais/escola). Falar sobre sexo saudável não estimula a sexualidade precoce.
Sexo é bom, dá prazer, mas é necessário orientação para que não cause o efeito contrário. Os adolescentes vão “namorar” de qualquer forma, então, o melhor é educá-los.
A sexualidade sempre existiu, mas há poucos anos vem sendo mais estudada e divulgada. Hoje, você pode proporcionar a seu filho saúde sexual.
Colunista Dta Marta Barbosa, Especialista em Ginecologia.
O aspecto reprodutivo é o que predomina nas aulas de biologia, prevenção de doenças, gravidez, etc. Muito pouco se fala de prazer, sendo o assunto motivo de tensão para alunos, professores e pais.
Os jovens de hoje e as futuras gerações podem ter uma vida sexual mais feliz e ter prazer sem preconceitos, mas isto exige conhecimento e responsabilidade. Sem orientação e educação sexual, esses jovens vão repetir os erros de outras gerações. O diálogo tem que ser esclarecedor e os pais não podem ficar ansiosos diante de perguntas embaraçosas. A falta de informação sobre o que esta acontecendo e o que acontecerá com seus corpos é um dos fatores que mais causa sofrimento nos nossos adolescentes, fazendo que se tornem adultos disfuncionais.
As meninas, na nossa cultura, são mais controladas e reprimidas. Estas futuras mulheres devem saber como seu corpo reage aos diversos estímulos para que não repitam a atitude de suas avós, que não conheciam seu próprio corpo quando o entregavam ao marido.
E os meninos? Apesar de terem informações que outras gerações não tiveram, continuam com as mesmas dúvidas em relação à sexualidade. Alguém lhes explicou que em breve terão uma ejaculação? Não, e este jovem vai acordar “molhado” ou permanecerá horas testando se seu pênis já produz alguma coisa. Eles continuam com as mesmas dúvidas que seus antepassados.
A sexualidade pode e deve ser aprendida.
Como lidar com isso? O educador sexual pode ser acionado nesta árdua tarefa diminuindo o constrangimento e acrescentando saúde a esta grande família (pais/escola). Falar sobre sexo saudável não estimula a sexualidade precoce.
Sexo é bom, dá prazer, mas é necessário orientação para que não cause o efeito contrário. Os adolescentes vão “namorar” de qualquer forma, então, o melhor é educá-los.
A sexualidade sempre existiu, mas há poucos anos vem sendo mais estudada e divulgada. Hoje, você pode proporcionar a seu filho saúde sexual.
Colunista Dta Marta Barbosa, Especialista em Ginecologia.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Tem Alguém Ali
— Mãe, tem alguém ali — disse Elisabeth.
— Ali aonde menina?
— No meu armário.
— Minha filha, já disse a você que não tem nada no seu armário. É coisa da sua cabeça. Agora vá dormir, por que amanhã você tem que acordar cedo para ir pra escola.
A menina, tomada por um medo do tamanho de sua inocência, ficou parada na porta e não saiu dali. Alguns segundos depois, seu pai lhe repreendeu.
— Elisabeth, por favor, vá para cama.
— Mas eu estou com medo pai — disse com a voz rouca, um pouco baixa, mas suave, como mandavam os seus sete anos de idade. Vestia uma camisola branca que lhe cobria os joelhos e estava descalça.
Sem saber como proceder, a pobre menina voltou para o quarto acompanhada de um temor jamais visto. Assim que passou pela porta, Elisabeth rapidamente escapuliu para baixo do cobertor e se cobriu. Até tentou dormir. Até tentou cochilar. Mas aquele barulho ainda socava em sua cabeça. Vinha do armário, isso ela sabia, e minutos mais tarde seus olhinhos abriram ao ouvir um dos tantos ruídos estranhos que latejavam em seu coração. Ao voltar os olhos para o armário, ela viu as duas maiores portas abrirem, e segundos depois, emergindo das trevas da escuridão, avistou uma mulher alta, munida de um vestido branco, com grossas manchas de sangue se proliferando rapidamente pelo seu corpo torto e demoníaco, e com os cabelos para frente, cobrindo-lhe a face, vindo em sua direção. Elisabeth estava atônita com aquela visão e não conseguia nem gritar de tanto medo ao ver àquela mulher. Aquela figura caminhava sem pressa, até que repentinamente ergueu os olhos vazios como um poço negro e sorriu um riso que arrepiou os cabelos da menina.
— Paul — chamou Margareth, mãe de Elisabeth. — Você ouviu isso?
— Isso o que? Vá dormir, temos que acordar cedo amanhã — ele repeliu.
— Veio do quarto de Elisabeth.
Ele abriu os olhos e ouviu aquele mesmo silêncio que sempre pairava pela casa durante as longas madrugadas. Mas dessa vez, ousou dar atenção a sua mulher. Ambos levantaram e foram até o quarto da menina. Encontraram a porta aberta, e assim que entraram, perceberam que Elisabeth não estava na cama. De anormal visualizaram apenas as portas do armário abertas. Paul foi até lá, e imóvel em frente à escuridão, ficou mudo.
— Santo Deus...
— O que foi Paul? O que houve?
Ele apontou com o dedo. Elisabeth jazia no fundo do armário em pedaços. Mutilada. Estava sem carne nem órgãos. Do seu lado estavam os braços e as pernas, jogados como se fossem pequenos gravetos.
Paul e Margareth não sabiam o que fazer, e de repente Margareth virou para trás e avistou aquela mulher sobre a cama da filha. Marido e mulher se entreolharam. A figura ergueu os olhos e sorriu, e inevitavelmente tudo ficou negro diante dos olhos daquele casal.
Marcelo dos Santos
— Ali aonde menina?
— No meu armário.
— Minha filha, já disse a você que não tem nada no seu armário. É coisa da sua cabeça. Agora vá dormir, por que amanhã você tem que acordar cedo para ir pra escola.
A menina, tomada por um medo do tamanho de sua inocência, ficou parada na porta e não saiu dali. Alguns segundos depois, seu pai lhe repreendeu.
— Elisabeth, por favor, vá para cama.
— Mas eu estou com medo pai — disse com a voz rouca, um pouco baixa, mas suave, como mandavam os seus sete anos de idade. Vestia uma camisola branca que lhe cobria os joelhos e estava descalça.
Sem saber como proceder, a pobre menina voltou para o quarto acompanhada de um temor jamais visto. Assim que passou pela porta, Elisabeth rapidamente escapuliu para baixo do cobertor e se cobriu. Até tentou dormir. Até tentou cochilar. Mas aquele barulho ainda socava em sua cabeça. Vinha do armário, isso ela sabia, e minutos mais tarde seus olhinhos abriram ao ouvir um dos tantos ruídos estranhos que latejavam em seu coração. Ao voltar os olhos para o armário, ela viu as duas maiores portas abrirem, e segundos depois, emergindo das trevas da escuridão, avistou uma mulher alta, munida de um vestido branco, com grossas manchas de sangue se proliferando rapidamente pelo seu corpo torto e demoníaco, e com os cabelos para frente, cobrindo-lhe a face, vindo em sua direção. Elisabeth estava atônita com aquela visão e não conseguia nem gritar de tanto medo ao ver àquela mulher. Aquela figura caminhava sem pressa, até que repentinamente ergueu os olhos vazios como um poço negro e sorriu um riso que arrepiou os cabelos da menina.
— Paul — chamou Margareth, mãe de Elisabeth. — Você ouviu isso?
— Isso o que? Vá dormir, temos que acordar cedo amanhã — ele repeliu.
— Veio do quarto de Elisabeth.
Ele abriu os olhos e ouviu aquele mesmo silêncio que sempre pairava pela casa durante as longas madrugadas. Mas dessa vez, ousou dar atenção a sua mulher. Ambos levantaram e foram até o quarto da menina. Encontraram a porta aberta, e assim que entraram, perceberam que Elisabeth não estava na cama. De anormal visualizaram apenas as portas do armário abertas. Paul foi até lá, e imóvel em frente à escuridão, ficou mudo.
— Santo Deus...
— O que foi Paul? O que houve?
Ele apontou com o dedo. Elisabeth jazia no fundo do armário em pedaços. Mutilada. Estava sem carne nem órgãos. Do seu lado estavam os braços e as pernas, jogados como se fossem pequenos gravetos.
Paul e Margareth não sabiam o que fazer, e de repente Margareth virou para trás e avistou aquela mulher sobre a cama da filha. Marido e mulher se entreolharam. A figura ergueu os olhos e sorriu, e inevitavelmente tudo ficou negro diante dos olhos daquele casal.
Marcelo dos Santos
Dia do Conto!
O conto de hoje, presente no blog do Jornal Integração da Serra, chama-se “Tem alguém Ali”. Todas as quartas-feiras, desde o último dia 17, há um novo conto no www.integracaodaserra.blogspot.com. Todos são do escritor Marcelo dos Santos, e misturam romance, suspense e terror.
Boa leitura!
*Fale com o escritor: marcelo_styles@hotmail.com
Boa leitura!
*Fale com o escritor: marcelo_styles@hotmail.com
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