quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Congresso avaliado positivamente

Registro de participantes de todos os Estados do país é um dos destaques do 44º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado semana passada

O 44º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado de 14 a 19 de agosto, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, contou com participantes – entre pesquisadores, professores universitários, engenheiros agrônomos, técnicos e estudantes – de todos os Estados do país (26, além do Distrito Federal). Somados os congressistas do exterior (de sete nacionalidades: Alemanha, Argentina, Chile, Costa Rica, Paraguai, Portugal e Uruguai), foram 1.277 os inscritos no evento, que colocou em pauta os principais tópicos da fitopatologia (a ciência que estuda as doenças das plantas) na atualidade.
A presidente da comissão organizadora do Congresso, Rosa Maria Valdebenito Sanhueza, pesquisadora aposentada da Embrapa Uva e Vinho, atualmente trabalhando no Centro de Pesquisa Proterra, destaca que a presença de público de todas as unidades federativas é um indicativo da abrangência da programação, com assuntos de interesse a fitopatologistas de todas as culturas agrícolas/sistemas produtivos. Também a “presença maciça” de estudantes de pós-graduação é por ela ressaltada.
Outro aspecto por Rosa Maria apontado sinaliza um reposicionamento da área de conhecimento: nesta edição do evento, os trabalhos na forma de pôster sobre controle químico de doenças corresponderam a 25% dos estudos apresentados, quando, em edições anteriores, eles respondiam pela maioria das pesquisas sobre controle expostas. “É um indicativo de que os pesquisadores estão pensando mais em controle integrado de doenças e racionalizando o uso de fungicidas no combate a elas”, anota a presidente. “Isso quer dizer que o país inteiro está mais consciente de que é preciso racionalizar o uso de produtos químicos de síntese”, afirma. Ela informa que as outras formas de controle são as denominadas alternativas (com insumos como fertilizantes e óleos essenciais), culturais (por manejo da cultura) e físicas (com o uso de, por exemplo, temperatura, luz ou raios ultravioleta) e pelo uso de controle biológico e por melhoramento.
A presidente salienta, ainda, que o Congresso apresentou inovações como a disponibilização de chat para a interação entre público e palestrantes e a distribuição de anais em meio digital (CD).
O coordenador técnico-científico do evento, Valmir Duarte, também evidencia o volume de congressistas, “certamente atraídos pelo número de conferencistas estrangeiros e brasileiros e pelo ecletismo em termos de conteúdo das palestras”. Em relação a esse último item, enfatiza o debate sobre as novas ferramentas para o controle de doenças de plantas, como as indicadas pela nanotecnologia (novo ramo da ciência, cujo fundamento é a construção de novos materiais a partir da manipulação da matéria em uma escala de nível atômico e molecular), que pode ser usada tanto no estudo das doenças como no aprimoramento e uso direcionado dos métodos de controle.
O vice-presidente, chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido, destaca o 44º Congresso de Fitopatologia enquanto espaço para exibição de novidades para o controle de doenças de plantas. “Há bem pouco tempo, o principal instrumento do fitopatologista era uma lupa, para avaliar as doenças no campo”, comenta ele. “No Congresso, foram apresentadas diversas tecnologias que significam um grande evolução para o profissional atuar”. Em tal sentido, menciona, como exemplo, o ‘quadcóptero’ (um veículo aéreo não-tripulado (Vant), que pode ser controlado por iPad, iPod etc.), que pode servir para monitorar a presença de patógenos voando sobre as lavouras, apresentado pelo professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Willingthon Pavan.
O Congresso foi uma promoção da Sociedade Brasileira de Fitopatologia, com realização pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. (Epagri), Proterra Engenharia Agronômica, Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O 45º Congresso acontecerá em Manaus, AM, de 19 a 23 de agosto de 2012.

Alguns dados do evento
O 44º Congresso Brasileiro de Fitopatologia reuniu 47 conferencistas (32 brasileiros e 15 estrangeiros, totalizando dez nacionalidades). Ferramentas para redução das perdas em pós-colheita de frutas, em plantas de lavouras e em florestas, Monitoramento da resistência de fungos a fungicidas e Inovação em controle biológico e no controle químico foram alguns dos temas abordados no evento, em mesas-redondas e palestras. O Congresso contou, ainda, com mini-cursos (os quais reuniram 177 pessoas), apresentações orais (96) e exposições de pôsteres (1.206), além de feira tecnológica, mostra de aplicações computacionais para fitopatologia, visita técnica a pomares de maçã, em Vacaria, e lançamento de livros.
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FONTE:
Giovani Capra, jornalista - DRT/RS 9.925
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Uva e Vinho – Bento Gonçalves/RS

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