A vida nos fornece exemplos, o tempo todo, para ações e entendimento de questões complexas. Sabedoria é essencial para que possamos captar o que ocorre ao nosso redor, aprendendo lições e aplicando.
É essa competência que permite ao homem que chega em casa, voltando do campo, com as calças cheias de carrapichos, vê-los com o potencial de um produto.
É a observação, também, que nos ajuda separar a vocação do talento.
Vocação como tendência ou inclinação para uma profissão e talento como destreza.
Ouvia um árbitro dizer: - O futebol sempre me apaixonou. Quando garoto, eu acordava e dormia com a bola. Comecei jogando na linha, mas ali não deu certo, faltava habilidade. Fui parar no gol, onde também não era meu lugar. Era lento e não tinha reflexo. Acabei no apito. Participando de um mundo que me enche de alegria!
São dicas importantes para que levemos para o nosso ambiente, gestão empresarial, visões que nos ajudem enxergar os desafios e barreiras a serem superadas sob diversos prismas.
Não é sem razão que Tom Peters diz: “Leia mais romances e menos livros sobre negócios. Os relacionamentos são tudo”.
A recomendação poderia ser desenvolva networking, invista em parceiras, mas a questão principal é “como”?
A boa conversa, a interação, a simpatia, a empatia, o entendimento, a compreensão são aspectos que demandam conhecimento.
Ao somar o conhecimento com essas virtudes, seremos capazes de aceitar pessoas e seus pontos de vista. Em negócios, esse aspecto, gosto de qualificar como adição de competências.
A nossa capacidade de reconhecer nossos pontos fracos e reforçá-los e notar nossos pontos fortes e potencializá-los nos dará, como profissionais, vantagens competitivas, para não só participar, mas para concorrer e vencer.
Competência é um estado e não uma qualidade pessoal, mas o homem se esquece disso.
Deveríamos dizer estou competente, ao invés de sou competente, afinal conhecimento também se torna obsoleto.
Uma empresa é resultado da soma das competências e os gestores se esquecem disso. Alguns jamais aprenderão, pois a essência do aprendizado em gestão está na generosidade.
As pessoas me perguntam por que necessitamos ser generosos para aprender administrar uma empresa?
Simples, você será capaz de aprender e desenvolver todas as tarefas com excelência em uma empresa?
É possível aprender sozinho, sem interação? Acho que nem preciso responder, certo?
Ora, então, como se estabelece uma relação de troca, o sucesso do processo depende da generosidade das pessoas.
Na falta desta é improvável que o sucesso se sustente.
O projeto que chamarei “Construindo Roma” apresentava um cenário extremamente positivo, embora a empresa se arrastasse em dívidas. Os diretores não primavam pela simpatia e muitos menos pela empatia. Desastrados com o fracasso, não conseguiam reverter a situação. As perdas pouco lhe ensinavam. Nenhuma lição tiravam dos problemas.
Horas de debates, exercícios de reflexão e convencimento, muitos dos quais poderiam ter sido evitados e o processo acelerado, caso cedessem um pouco, finalmente o plano de ação estava desenhado.
Urgência urgentíssima em cada passo. Um estudo do passado mostrava que todos os que chegavam tinham prazo de validade.
A princípio as idéias eram aceitas, mas transcorrido determinado tempo iam para o ostracismo.
Todos nas equipes se empenharam e para surpresa geral os resultados se mostraram muito melhores do que planejados e imaginados. Isso antecipou o “efeito rebote”.
Diziam os colaboradores: - Os resultados positivos nunca batem e voltam em forma de congratulações e bônus, mas batem e voltam com ações de centralização e dissimulação para evitar pleitos financeiros.
O histórico de rotatividade de colaboradores apresentava uma característica delicada: nos momentos de dificuldades contratavam profissionais experientes para reverter a situação, contudo tão logo pudessem ter a gestão sob controle, faziam substituições, buscando reduzir os desembolsos.
Atrapalhados com o sucesso, desastrados com o fracasso, a empresa não existe mais. Não suportou, faliu!
Ivan Postigo
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